Confrontos intercomunitários desalojam 38 mil entre o Quénia e a Etiópia
Desde 30 de agosto estima-se que 20 pessoas tenham morrido; Cruz Vermelha tenta reunir famílias após disputas entre grupos Borana, Gabra e Burji.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Uma onda de violência intercomunitária desalojou cerca de 6,3 mil famílias no norte do distrito queniano de Moyale, perto da fronteira com a Etiópia.
A Cruz Vermelha do Quénia estima em 38 mil o total de pessoas afetadas pelos ataques iniciados a 30 de agosto. A entidade aponta que a violência teria provocado pelo menos 20 mortos.
Emergência
Uma avaliação abrangente das necessidades humanitárias está a ser feita por agências. O objetivo é prestar assistência de emergência às populações das áreas mais vulneráveis.
Além da troca de tiros, os dois dias de combates entre comunidades Gabra, Borana e Burji resultaram em casas incendiadas e negócios paralisados. A violência teria diminuído, mas persiste a tensão na área.
Político
Tradicionalmente, a disputa de recursos como pasto e água envolve as comunidades regionais que atravessam o Quénia e a Etiópia, revela a Cruz Vermelha. Recentemente, houve registo do agravamento da violência.
Até o princípio da semana, 32 escolas do ensino primário e secundário de Moyale continuavam fechadas, com o deslocamento de professores e de estudantes, pelo receio de novos confrontos.
Famílias Separadas
Acredita-se que os ataques sejam de vingança, após a morte de uma pessoa e o ferimento de outras sete em confrontos entre os Borana e Gabra a 15 de julho.
Após terem sido reunidas 60 famílias, a entidade anunciou que decorrem esforços para reintegrar várias crianças, mulheres e homens separados dos agregados.
As necessidades mais urgentes de assistência prendem-se com alimentos, abrigo, medicamentos, água, utensílios de cozinha, roupas e redes mosquiteiras.