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Construção de ferrovias na Ásia Central ameaça antílopes saiga BR

Construção de ferrovias na Ásia Central ameaça antílopes saiga

Segundo relatório da ONU, rota migratória da espécie será afetada pelas construções; população de antílopes saiga despencou 90%, de 1 milhão para menos de 50 mil.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Um novo relatório da Convenção da ONU sobre Espécies Migratórias alerta para os riscos enfrentados pelos antílopes saiga, uma das espécies mais antigas de mamíferos, na Ásia Central.

Segundo o documento, a construção de ferrovias, estradas e barreiras no Cazaquistão ameaça a rota migratória dos antílopes, por isso é essencial modificar os projetos dessas estruturas e evitar a diminuição da espécie.

Extinção

Os antílopes saiga são considerados uma espécie altamente ameaçada de extinção, já que houve declínio de 90% da população, que passou de 1 milhão para menos de 50 mil animais nos anos 1990.

No Cazaquistão, cerca de 1,6 mil quilômetros de ferrovias devem ser construídos até 2016, como parte da “Nova Rota da Seda”, que deve ampliar o comércio entre Ásia e Europa.

GPS

O novo corredor deverá passar por áreas que servem de caminho para a migração dos antílopes saiga. O documento da ONU cita ainda que o aumento das indústrias extrativistas na região também está levando à construção de ferrovias e rodovias em outras partes da Ásia Central.

O relatório sugere algumas soluções para tornar as construções menos impactantes, como o rastreamento do movimento dos antílopes por meio da tecnologia GPS.

Impactos

O monitoramento ajuda a estabelecer a extensão do impacto das novas ferrovias e rodovias nos animais. A Convenção da ONU sobre Espécies Migratórias diz que o relatório oferece opções para que as autoridades reduzam esses impactos.

Além disso, a construção de uma barreira na fronteira entre o Cazaquistão e o Uzbequistão também irá cortar um habitat importante para os saiga.

O relatório recomenda a remoção urgente das barreiras e uma nova rota para as ferrovias. Para isso, o órgão pede que indústrias, governo e comunidades trabalhem para manter os corredores migratórios dos antílopes.