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Portugal lidera performance dos lusófonos no Índice Global de Inovação

Portugal lidera performance dos lusófonos no Índice Global de Inovação

Cabo Verde estreia-se no 102º; Moçambique é dos maiores recetores de investimentos para apoiar investigação e desenvolvimento; Brasil cai seis pontos em relação ao ano passado e está no 64º.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização Mundial da Propriedade Intelectual, Ompi, lançou esta segunda-feira o Índice Global de Inovação.

A sexta edição do estudo, intitulada “A Dinâmica Local da Inovação”, foi publicada em parceria com a Cornell University, de Nova Iorque, e a Insead, uma instituição de ensino francesa ligada à área de negócios.

Educação

No 34º, Portugal é o melhor colocado entre os lusófonos, ocupando o 7º na União Europeia. O desempenho do país mereceu o 4º lugar no rácio professor-aluno no ensino secundário, 8º na oferta de crédito interno ao setor privado e 11º na despesa pública dedicada à educação por aluno.

Falando à Rádio ONU, de Genebra, o consultor interno da Ompi,  Júlio Raffo, destacou o efeito dos dados da pesquisa sobre o desempenho dos lusófonos.

Performance

“Pode-se destacar, por exemplo, que o Brasil tem feito relativamente bem em dispêndio em pesquisas de desenvolvimento relativamente ao seu tamanho. Mas, temos uma performance (no estudo) que aparece relativamente abaixo do indicador. Como sempre, esses índices desagregam informação e, muitas vezes, podem esconder os grandes esforços dos governos para aparecer. O mesmo acontece com outros países, por exemplo Angola tem indicadores que são muito bons como a mobilidade de terceiro grau e cabo verde a liberdade de imprensa que aparece com bom indicador. Isso não é necessariamente refletido no indicador agregado” explicou.

Cabo Verde está no lugar 102, no ano que marcou a sua entrada para o ranking. Destaque vai para a formação bruta de capital, crédito doméstico ao setor privado e criação de modelos de negócios  e tecnologias.

Microcrédito

Moçambique, em 111º, lidera os recetores de investimentos para apoiar as despesas em investigação e desenvolvimento. O maior desempenho foi registado no acesso aos mercados não agrícolas e exportações, na facilidade de proteção de investidores e na carteira de microcrédito bruto.

Já Angola, no lugar 135 é destacada no recebimento de royalties e de licenças, no consumo de energia por unidade do Produto Interno Bruto, PIB,  e no número de estudantes estrangeiros que optam pelo país para prosseguir com a educação terciária.

No continente africano, as Ilhas Maurícias lideram a classificação desde 2011, seguidas pela África do Sul, que está cinco lugares abaixo.

Maiores Economias

Entre as maiores economias mundiais, a Suíça que lidera o ranking global é a primeira da Europa, seguida pela Suécia. Os Estados Unidos subiram cinco lugares este ano para o 5º posto. A China está em 8º, o Japão no 14º lugar e a Alemanha no 20º.

Anualmente, são usados 84 indicadores para classificar o desempenho dos países.

Brasil

Na posição 64, o Brasil regista uma queda de seis pontos em relação ao ano passado e de 17 relativamente a 2011.

O país está colocado em 8º lugar da América Latina e é destacado pelos indicadores da sofisticação empresarial, Infraestrutura e saídas de tecnologia e conhecimento.

A classificação mais baixa do país no Índice deveu-se a categorias como a das instituições, sofisticação do mercado, capital humano e de pesquisa  e as saídas criativas.

Investigação

A pesquisa aborda a necessidade de uma ampla visão de inovação horizontal, que é aplicável a países desenvolvidos e as economias emergentes.

Relativamente aos indicadores, são considerados os que vão além das medidas tradicionais de inovação - como a nível de investigação e desenvolvimento num determinado país.

A ideia é  facilitar o diálogo dos setores público-privado e permitir que políticos, líderes empresariais e outros interessados possam avaliar o progresso numa base contínua.