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FAO prevê estabilização de mercados de bens alimentares até 2014

FAO prevê estabilização de mercados de bens alimentares até 2014

Angola, Brasil e Moçambique mencionados em relatório que prevê equilíbrio entre demanda e oferta a aliviar preços de cereais;  mais 1 mil milhão de toneladas de alimentos devem ser importados este ano.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Os mercados de bens alimentares, principalmente de cereais, devem se comportar de forma mais equilibrada neste e no próximo ano.

A informação consta no relatório bianual “Previsões Alimentares”, lançado esta quinta-feira, em Roma, pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, FAO.

Recorde

No estudo, divulgado esta quinta-feira, a agência estima que, a nível global, serão importados mais 1 mil milhão de toneladas de alimentos este ano. O processo deve exceder ligeiramente o desempenho do ano passado e estar 13% abaixo do recorde de 2011.

A África Subsaariana deve reduzir as necessidades de importação de alimentos, uma tendência a ser registada nos países menos desenvolvidos e de baixa renda, com o aumento das colheitas.

Angola e Moçambique

Entre os países lusófonos, Angola deve figurar entre os principais importadores da região, com países como África do Sul, Benim, Gana e Egito. O fenómeno será reflexo do crescimento da renda e da forte demanda.

Por outro lado, Moçambique deve ter uma queda de 15% em relação à última temporada devido ao excesso de chuvas e às inundações, alerta a FAO.

Brasil

O Brasil é referido no relatório pela sua contribuição para a previsão do crescimento da produção mundial do açúcar. Desde setembro, o maior produtor do mundo recupera da queda acentuada da época passada.

Pela segunda temporada consecutiva, a produção açucareira global deverá ultrapassar o consumo, com um excedente acima dos 6,5 milhões de toneladas. O aumento deve levar à recomposição dos estoques a níveis relativamente confortáveis

Progressos

O relatório aponta ainda progressos nas colheitas feitas na primeira temporada deste ano. As previsões oficiais apontam para uma produção de 77,8 milhões de toneladas, um novo recorde que está de 9% acima do pico de 2013.

A nível global, prevê-se que além de uma safra recorde, este ano, ocorra um melhor equilíbrio entre oferta e demanda na temporada de 2013/14, que poderia aliviar os preços.