Nações Unidas marcam 50 anos do primeiro voo espacial de uma mulher

Valentina Tereshkova participa das comemorações na sede do Escritório para Usos Pacíficos do Espaço, com sede em Viena; segundo ela, uma expedição a Marte não poderá ser feita sem uma presença feminina.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas estão comemorando os 50 anos da realização do primeiro voo especial por uma mulher.

A russa Valentina Tereshkova completou a missão, apenas dois anos após um outro cosmonauta, Yuri Gagarin, ter alcançado a marca histórica de se tornar o primeiro homem no espaço. 

Impacto

Nesta quinta-feira, Tereshkova está participando de uma série de eventos na sede do Escritório da ONU para Usos Pacíficos do Espaço, em Viena, na Áustria.

Ao relembrar sua missão em 1963, ela falou do impacto do voo de Gagarin na decisão dela aceitar a aventura.

A cosmonauta afirmou que depois de Yuri Gagarin, muitos homens e mulheres jovens na (então) União Soviética não apenas queriam se parecer com os cosmonautas, mas também aspiravam a ser aceitos pelos seletos grupos que eram enviados ao espaço. 

Mas para Elena Tereshkova, 50 anos depois, a questão da igualdade de gênero ainda não foi totalmente solucionada no caso das missões espaciais.

Uma Asa

A cosmonauta disse que está convencida de que as mulheres vão assumir uma participação ativa no futuro dos voos espaciais. Tereshkova lembrou que é impossível para um pássaro voar apenas com uma asa, e que por isso os voos espaciais não podem progredir sem a presença das mulheres.

A cosmonauta lembrou que o mundo está à beira de um retorno à Lua, exploração de asteroides e de Marte. E segundo ela, Marte não vai perdoar os homens caso eles não incluam as mulheres na expedição.

Ainda nesta quinta-feira, Elena Tershkova irá inaugurar uma exposição-documentário com fotos dela ao se tornar a primeira mulher a fazer um voo espacial, e dará uma palestra no Museu de Viena.