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Comissão não tem provas sobre o uso de armas químicas na Síria BR

Comissão não tem provas sobre o uso de armas químicas na Síria

Em nota, presidente do grupo, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, destaca “não haver resultados conclusivos”; investigação deve ser apresentada ao Conselho de Direitos Humanos no dia 3 de junho.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A Comissão Internacional de Inquérito sobre a Síria afirmou nesta segunda-feira que “não há resultados conclusivos” sobre o uso de armas químicas pelos lados envolvidos no conflito, seja governo ou oposição.

Em comunicado, o painel independente esclarece que “não chegou a nenhuma conclusão” sobre o uso desse tipo de arma de destruição em massa e por isso, não está neste momento em posição de “comentar alegações.”

Investigação

O presidente da Comissão, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, lembrou aos envolvidos no confronto sírio, os que apoiam o governo ou rebeldes, que o uso de armas químicas é “proibido sob qualquer circunstância”.

O painel da ONU foi criado em agosto de 2011 pelo Conselho de Direitos Humanos e é formado por Pinheiro, Karen AbuZayd, Carla del Ponte e Vitit Muntarbhorn. O grupo tem o mandato de investigar e registrar todas as violações da lei humanitária internacional durante o conflito na Síria.

Acesso

A Comissão irá apresentar detalhes de sua investigação ao Conselho no dia 3 de junho. Já o Secretário-Geral da ONU renovou recentemente seu apelo para que um outro grupo tenha acesso total à Síria.

A equipe, liderada pelo cientista Ake Sellström, foi criada em março, após um pedido oficial do governo sírio. Mas ainda falta uma autorização para que o grupo entre no país e investigue as alegações sobre o uso de armas químicas.

Mais de 70 mil pessoas, a maioria civis, já morreram e cerca de 3 milhões estão deslocadas desde o início das manifestações contra o presidente Bashar al-Assad, há dois anos.