Portugal: FMI confirma previsões de recessão profunda em 2013
Grupo que inclui o órgão, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu disse prever recuperação no fim do ano; enfraquecimento da demanda das exportações e redução da confiança tidos como desafios para a economia.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Portugal pode encarar uma recessão ainda mais profunda durante o ano para recuper no fim de 2013, refere um comunicado da troika composta pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional.
Em comunicado emitido, esta sexta-feira, após uma missão ao país, o grupo apontou para a queda acentuada do crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, real no último trimestre de 2012.
Desemprego
Para 2013, espera-se, igualmente, que a economia portuguesa contraia 2,3%, antes de retomar o crescimento, no fim do ano, e expandir 0,6% em 2014. Prevê-se que o desemprego suba para mais de 18 % como reflexo da menor atividade económica.
Na sétima revisão trimestral do programa de ajustamento económico de Portugal, o grupo disse que a implementação das reformas “mantém-se no caminho certo.”
As autoridades do país receberam € 52 mil milhões de empréstimos da União Europeia e uma Facilidade de Acesso a Fundos no valor de € 26 mil milhões do FMI, com vista a implementar o seu programa de reformas.
Mercados
A meta de deficit fiscal foi considerada cumprida até finais do ano passado, a estabilidade do setor financeiro salvaguardada além de progressos apontados nas reformas estruturais.
A missão destacou que o ajuste externo foi além das expectativas e elogiou a retomada da emissão de títulos no mercado.
Confiança
Como contrariedades à atividade económica portuguesa, foram apontados o enfraquecimento da demanda das exportações especialmente da zona euro, a redução da confiança e o excesso de dívida do setor privado.
A próxima deslocação do grupo a Lisboa, como parte da revisão do programa de reformas, deve ocorrer em Maio.