Força neutra dos Grandes Lagos integrada na Missão da ONU na RD Congo
Grupo deve atuar na fronteira entre a República Democrática do Congo e o Ruanda; para a organização, medida deve solucionar problemas de financiamento e da violência recorrente.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A força internacional neutra a ser implantada na fronteira entre República Democrática do Congo e o Ruanda vai ser integrada no contingente dos capacetes azuis.
A informação foi dada, este domingo, pelo conselheiro militar do Secretário-Geral da ONU, general Babacar Gaye, em entrevista à Rádio das Nações Unidas na República Democrática do Congo, RD Congo.
Para o oficial, a medida deve solucionar problemas como o financiamento da força e, ao estar integrada à Missão da ONU na República Democrática do Congo, Monusco, também a questão da violência recorrente no leste do país africano.
As declarações seguiram-se ao regresso de Gaye de uma reunião de ministros e chefes de Estado-maior da organização dos Grandes Lagos. O encontro, na capital etíope, Adis Abeba, debateu a implantação da força.
Áreas
O contingente vai constituir uma nova brigada da Monusco, a ser comandada por um general ligado aos capacetes-azuis na RD Congo.
A tarefa será garantir a estabilidade de longo prazo em áreas que incluem as províncias do Kivu Norte, Kivu Sul e a região de Ituri.
Resolução
Na reunião da capital etíope, o comissário para a Paz e Segurança da União Africana, Ramtane Lamamra, terá avançado expetativas de uma resolução da ONU com um “mandato reforçado e robusto para a força internacional.”
Relativamente à constituição da força internacional, o general Babacar Gaye disse que as Nações Unidas vão pedir aos países da subregião que enviem tropas.
Rebeliões
Em Julho do ano passado, os países dos Grandes Lagos aprovaram a implantação de uma força internacional neutra na fronteira entre a RD Congo e o Ruanda para combater rebeliões.
A ONU destaca que milhares de pessoas foram deslocadas pelos confrontos entre o exército congolês e grupos rebeldes, que causaram problemas humanitários no leste do país.
Forças
As forças armadas congolesas combatem, por um lado, as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda, Fdlr. O grupo é formado por combatentes de etnia hutu ligados ao genocídio de 1994 no Ruanda.
Por outro lado, está o M23, composto de soldados dissidentes do exército congolês, amotinados em Abril do ano passado. Em finais de Novembro, o grupo avançou para a cidade de Goma, a capital provincial do Kivu Norte.
*Entrevista concedida à Rádio Okapi, da Missão da ONU na RD Congo.