Relatos de envio de força regional aumentam fluxo de deslocados no Mali
Acnur refere cerca de 200 mil malianos que deixaram o norte do país devido a confrontos entre grupos armados e forças do governo; movimento de deslocados é considerado fluído e complexo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, referiu-se a relatos de deslocados internos, dando conta do aumento de civis fugidos do norte do Mali devido a uma eventual intervenção de uma força militar regional.
A agência diz que o outro motivo são novos ataques na região, que é o ponto de origem de cerca de 200 mil malianos que deixaram as suas casas devido a confrontos entre grupos armados e forças do governo, iniciados em janeiro.
Viagens
O Acnur considera o deslocamento fluído e complexo, com pessoas que fazem viagens de ida e volta para visitar residências, campos ou parentes no norte.
Falando à Rádio ONU, em Nova Iorque, o representante da União Africana junto das Nações Unidas, Tete António, abordou aspetos que a comunidade internacional tem em conta para mobilizar apoios para enfrentar a crise.
Consequências
“No Mali, temos consequências humanitárias, mudança de clima, de terrorismo, proliferação de armas ligeiras de pequeno porte. Portanto, muitos fatores que se unem num flagelo”, considerou.
O Acnur indica que vários chefes de família não têm condições de levar esposas e filhos para a capital maliana, Bamaco. Parte dos agregados opta por enviar as crianças para em casa de parentes para continuar com a escola.
Refugiados
A agência diz ter recebido US$ 71,5 milhões dos US$ 123,5 milhões orçamentados para este ano. O propósito é apoiar deslocados internos e dezenas de milhares de refugiados malianos em Burkina Faso, Níger e Mauritânia.
O Acnur reitera a chamada atenção para a situação de civis que passaram por ondas de violência e combates intensos, que resultaram na tomada das principais cidades no norte pelos rebeldes.