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Comércio por via marítima cresceu 4% no ano passado, diz Unctad

Comércio por via marítima cresceu 4% no ano passado, diz Unctad

Setor teve recorde de 8,7 mil milhões de toneladas, mas houve desequilíbrio entre procura por fornecimento e demanda.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O volume de comércio mundial transportado por navios aumentou 4% no ano passado, revela um estudo da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad. A demanda por serviços de remessa, portuários e logísticos atingiu um recorde de 8,7 mil milhões de toneladas.

Segundo a “Revisão do Transporte Marítimo 2012”, a capacidade de fornecimento expandiu de forma muito mais rápida, a 10%. Pela primeira vez, alcançou-se um total de 1,5 mil milhões de toneladas de porte bruto, que representa a soma de todos os pesos que um navio pode carregar em segurança.

Incertezas

Mas a Unctad afirma que o desequilíbrio entre fornecimento e demanda é “má notícia” para a indústria. A agência prevê um crescimento contínuo na capacidade de fornecimento, mas diz que as incertezas da economia ameaçam as perspectivas para um aumento robusto das demandas.

Também no ano passado, 60% do comércio marítimo mundial foi carregado nos portos países em desenvolvimento e 57% da carga descarregada nessas nações. A Unctad revela que a mudança é um marco, já que economias em desenvolvimento eram tradicionalmente áreas para o carregamento de matéria-prima e recursos naturais.

Mudanças do Clima

O custo médio para o envio de mercadorias por navios foi menor e a Unctad cita como exemplo diminuição no valor do envio de conteineres de Xangai para a Europa e Estados Unidos.

O relatório da Unctad destaca ainda medidas para melhorar a eficiência energética dos navios e reduzir a emissão de gases que causam o efeito de estufa. O factor é considerado um desafio pela Unctad, já que segundo estimativas, o sector de transportes de frete e passageiros consome mais de 50% dos combustíveis fósseis.

A Unctad destaca ainda os perigos das mudanças climáticas para os portos, que ficam sujeitos ao aumento do nível do mar, cheias, tempestades e fortes ventos. Segundo o relatório, não existe uma solução direta para melhorar a sustentabilidade ambiental dos transportes.