ONU quer crescimento urbano amigo da biodiversidade

O primeiro relatório sobre os impactos globais do urbanismo do planeta sobre a biodiversidade alerta para os riscos mas também diz que se trata de uma oportunidade.

João Rosário, da Rádio ONU em Lisboa.

A Convenção da ONU para a Diversidade Biológica, CBC, na sigla em inglês, emitiu um relatório onde revela que o urbanismo global vai ter implicações significativas para a biodiversidade e para os ecossistemas se se continuarem a verificar as actuais tendências.

O documento resulta de contribuições de 123 cientistas de todo o mundo e revela que 60% dos terrenos que estão previstos para serem urbanizados até 2030 ainda terão de ser preparados.

Oportunidade

Segundo o CBC, este facto abre uma grande oportunidade para que a construção que se desenvolver promova a sustentabilidade global através da promoção de um desenvolvimento urbano com baixas emissões de carbono e eficiente ao nível dos recursos utilizados de forma a reduzir os impactos negativos na biodiversidade e aumentar a qualidade de vida.

De acordo com o secretário-executivo do CBC, Bráulio Dias, «o modo como as nossas cidades forem desenhadas, o modo com as pessoas viverem nelas e as decisões das autoridades políticas locais irão definir, em larga medida, a sustentabilidade global no futuro».

As zonas urbanas do planeta devem triplicar entre os anos 2000 e 2030, com a população desta regiões atingir os 4.900 milhões de habitantes, ou seja, o dobro do número actual.

Perigos

Estas mudanças terão grandes consequências na água e noutros recursos bem como no desaparecimento de terrenos agrícolas.

De acordo com o editor do relatório, Thomas Elmqvist, «as cidades precisam de aprender como proteger melhor e promover a biodiversidade, uma vez que uma biodiversidade rica pode existir numa cidade e isso é extremamente importante para a saúde e para o bem-estar das pessoas.