Produção mundial de biocombustíveis deve duplicar até 2021, diz relatório

Moçambique e Tanzânia devem seguir tendência mundial, enquanto evolução da África do Sul ultrapassa a de todo o continente com 8% anuais; Brasil será o segundo responsável global pelo aumento do fabrico de etanol.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Um novo relatório indica que a produção mundial de combustíveis deve duplicar nos próximos 10 anos.

De acordo com “As Previsões Agrícolas da FAO e Ocde”, publicado em Roma, no continente africano a África do Sul vai liderar o crescimento e evoluir 8% por ano, até produzir 951 milhões de litros em 2021.

Aumento

Até ao mesmo período, Moçambique e Tanzânia devem produzir cerca do dobro biocombustíveis, passando para 61 e 67 milhões de litros, no que equivale a um aumento anual de mais de 5%.

A produção mundial pode seguir a mesma tendência em relação ao bioetanol e biodiesel. O Brasil será o segundo responsável pelo aumento do fabrico de etanol, depois dos Estados Unidos, e estará acima da União Europeia.

Matérias-Primas

Considerando que os combustíveis têm como base as matérias-primas agrícolas, espera-se que estes consumam a produção mundial de cana-de-açúcar em 34%, do óleo vegetal em 16%, e de grãos em 14%.

O informe destaca que haverá um aumento do comércio de biocombustíveis entre os Estados Unidos e o Brasil, em resposta aos mandatos governamentais.

Brasil-EUA

Os Estados Unidos vão importar etanol da cana-de-açúcar, principalmente do Brasil para ajudar a responder à procura interna criada pelo seu mandato para biocombustíveis avançados.

O país sul-americano será responsável por 29% do aumento, e deverá importar etanol a baixos preços, principalmente dos Estados Unidos, para satisfazer a demanda da grande frota de carros flex no país.

Os Estados Unidos serão os  lideres da lista de aumento de produção de etanol, com 44%, e a União Europeia com 12%.