Troca de tecnologia sobre biocombustíveis vai envolver países lusófonos
Instituições de ensino superior e entidades governamentais de Angola e Moçambique devem assinar acordo com o Brasil; 55 especialistas de 19 países debateram as mais recentes tecnologias na área de biocombustíveis.
[caption id="attachment_209677" align="alignleft" width="350" caption="Convénio de colaboração tecnológica beneficia países africanos"]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O reforço da colaboração tecnológica entre o Brasil e os países africanos de língua portuguesa na produção de biocombustíveis será formalizado num acordo a ser firmado nos próximos meses.
Governos e universidades do Brasil, de Moçambique e de Angola são partes do convénio, anunciado em Pretória. Até esta quinta-feira, 55 especialistas de 19 países participaram num curso sobre as mais recentes tecnologias na área de biocombustíveis com enfoque para países da África Austral.
Parceria
Falando à Rádio ONU, Eduardo Falabella, membro do Comité Científico do Centro Internacional para Ciência e Alta Tecnologia Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, Unido, abordou a parceria.
“Deveremos ter, no indício do ano que vem, o primeiro curso de biocombustíveis da segunda geração para países de língua portuguesa, que será realizado em Moçambique. Estamos agora, já sentados, começando a estruturar cursos, convidados, participantes. A partir desse curso deveremos assinar um convénio de colaboração tecnológica, provavelmente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro e, não só universidades de Angola e de Moçambique, mas também entidades governamentais”, disse.
Esforços
O evento de especialistas está integrado nos esforços da Unido para impulsionar a atividade no continente africano, para o qual Falabella disse prognosticar muito potencial.
Resíduos
“A ideia de segunda geração é gerar combustíveis a partir de resíduos agrícolas, de modo a não ter problemas de competição, principalmente com as culturas de subsistência. Nesse sentido eu vejo um futuro bastante brilhante para a ideia de combustíveis de segunda geração em África contando com a ajuda dos países mais desenvolvidos nessa área como o Brasil”, explicou.
Para o especialista brasileiro, os países envolvidos no acordo podem ser aproximados pelas semelhanças em questões climáticas e da disponibilidade de produtos como o bagaço da cana-de açúcar e do coco.
Falabella defende que as questões tecnológicas das nações africanas podem ser compensados com parcerias com outros países na área do conhecimento, ação e comércio de biocombustíveis.