Relator da ONU pede contenção da violência no Mianmar
Especialista sobre direitos humanos diz que violência no estado de Rakhine “ameaça seriamente” o país; agências noticiosas dizem que mais de 20 pessoas morreram e 40 ficaram feridas em confrontos de grupos religiosos.
[caption id="attachment_217857" align="alignleft" width="350" caption="Tomás Ojea Quintana"]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O relator especial da ONU sobre a Situação dos Direitos Humanos em Mianmar, advertiu esta quarta-feira, que o escalar da violência no estado de Rakhine “ameaça seriamente” o futuro do país.
Tomás Quintana considera que as tensões resultantes da discriminação contra as minorias étnicas e religiosas representam uma ameaça à transição democrática e à estabilidade.
Mortes
Nos últimos dias, ocorrem confrontos entre comunidades budistas e muçulmanas que resultaram em mortes e deslocamentos na província situada no oeste. A 10 de Junho, o governo declarou o estado de emergência na região.
De acordo com agências noticiosas mais de 20 pessoas morreram e 40 ficaram feridas nos ataques. Quintana pediu às partes que exerçam contenção, respeitem a lei e se abstenham da violência.
Preocupações
Às autoridades, o apelo do especialista é no sentido de que sejam abordadas as preocupações das partes em conflito, no âmbito dos esforços para fazer avançar as questões de direitos humanos no país.
Para o relator, é fundamental que o Governo intensifique as medidas para aliviar as tensões e restabelecer a segurança para conter a violência. Ele apelou às autoridades para que levantem o estado de emergência, logo que a ordem for restaurada.
Discriminação
O perito independente disse que é “notória a discriminação contra a comunidade muçulmana, particularmente os rohingyas, no norte do estado .”
A necessidade de as autoridades tomarem medidas significativas para resolver várias questões, incluindo a da privação de cidadania, da liberdade de movimento e de outros direitos básicos foi também referida pelo relator.