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Queda do Muro de Berlim universalizou discurso político, diz senador brasileiro BR

Queda do Muro de Berlim universalizou discurso político, diz senador brasileiro

Em entrevista à Rádio ONU, Cristovam Buarque opinou que “sem uma linha divisória ideológica, os partidos ficaram muito parecidos;” ele afirma que as campanhas, hoje, são dirigidas “por pesquisas de opinião e marqueteiros.”

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O fim da Guerra Fria teve um impacto decisivo na forma de se fazer campanha política no mundo, e especialmente no Brasil. Esta é a opinião do senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

Nesta entrevista à Rádio ONU, em Nova York, Buarque afirmou que a queda do Muro de Berlim, em 1989, levou a uma “universalização do discurso político”.

Grande Debate

“A linha divisória, ideológica, desapareceu muito depois da queda do Muro de Berlim. Ficou todo mundo muito parecido. Desapareceu o grande debate. O segundo (ponto) é a ditadura do marketing. Hoje, o candidato não é um conjunto de ideias. Ele é um sabonete a ser vendido. Quanto menos ele falar melhor, quanto menos ele se expor melhor, quanto mais correta for a gravata, mais chance ele tem.

Tudo isso é definido por marqueteiros. (Leonel) Brizola falava 20 anos na frente, (Mário) Covas também. A pesquisa diz o que deve ser falado, o marqueteiro diz como deve ser falado. E aí o resultado é que a gente tem campanhas que... A expressão é portuguesa: chocho.”

Universidade

O senador Cristovam Buarque esteve na sede da ONU, na sexta-feira, para participar de uma reunião da organização sobre administração pública, e de um segundo encontro sobre a língua portuguesa.

Buarque também atua como integrante do conselho diretor da Universidade das Nações Unidas, UNU, e na compilação do relatório sobre o Índice de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud.

A entrevista na íntegra com o senador brasileiro será publicada nesta quarta-feira.