ONU lembra que combater o racismo é evitar conflitos no futuro
Para marcar o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, a alta comissária para direitos humanos diz que é preciso agir aos primeiros sinais de racismo e preconceito para que não se tornem factores que propiciam guerras.
[caption id="attachment_202885" align="alignleft" width="350" caption="Navi Pillay "]
João Rosário, da Rádio ONU em Lisboa.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pretende marcar o dia internacional para a eliminação da discriminação racial, que se assinala esta quarta-feira, dia 21, com uma nota em que declara que adiar a resolução dos preconceitos e do racismo cria um risco verdadeiro para a erupção do conflito.
Navi Pillay disse que “o racismo e o preconceito podem permitir, difundir e perpetuar as condições que criam e sustentam os conflitos”, seja nos países desenvolvidos ou naqueles em vias de desenvolvimento.
Estudos
Pillay lembra que vários estudos mostram que um dos indicadores de potencial violência que mais cedo é revelado é o desrespeito pelos direitos das minorias.
Uma pesquisa de uma organização não-governamental internacional indicou que mais de 55% dos conflitos violentos de intensidade significativa ocorridos entre 2007 e 2009 tinham na sua génese a violência dos direitos das minorias ou tensões entre comunidades.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos lembra que numa visita à Guatemala, na semana passada, observou o que considerou “as longas e trágicas consequências de práticas históricas de racismo contra os povos indígenas e contra os afro-descendentes”. Pillay acrescentou que a Guatemala ainda está a confrontar-se com a herança de 36 anos de conflito armado.
Alerta
Navi Pillay lança um apelo aos governos para que estejam atentos aos alertas do preconceito, dos estereótipos, da ignorância e da xenofobia.
Pillay termina a mensagem com uma chamada de atenção. Diz que “não devemos esperar que as queixas se tornem actos de violência e que o preconceito dê lugar ao genocídio antes de agirmos”.