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Número de execuções na Arábia Saudita quase triplica em um ano

Número de execuções na Arábia Saudita quase triplica em um ano

Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas lança alerta quando a tendência mundial é para reduzir condenações à morte; ONU sublinha que tortura é método comum para extrair confissões que levam à aplicação da pena máxima.

[caption id="attachment_209750" align="alignleft" width="350" caption="Rupert Colville"]

Joyce de Pina, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Os dados indicam que a aplicação da pena capital na Arábia Saudita quase triplicou no último ano. Os números de 2010 apontavam para 27 casos, e em 2011 registaram-se 70.

As condenações à morte no reino saudita estão relacionados com casos de homicídio, violação sexual, drogas, blasfémia, adultério ou bruxaria, neste caso as mulheres são as principais condenadas. E a decapitação é a forma mais comum para aplicar a pena.

Tendência internacional

O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas, denunciou a situação e mostra-se alarmado.

O porta-voz da agência da ONU, Rupert Colville, afirmou que ao contrário da tendência internacional, em que os países se afastam de forma progressiva da aplicação deste tipo de pena, e dá como exemplo a abolição ou moratória sobre a pena capital em quase 140 países, na Arábia Saudita a situação é inversa.

Injustiça e Tortura

Colville afirma ainda que os procedimentos legais nos tribunais sauditas não se coadunam necessariamente com os parâmetros internacionais e aparentemente o uso da tortura é um meio comum no reino para a obtenção de confissões que levam à posterior condenação.

A agência da ONU apelou às autoridades sauditas para respeitarem os parâmetros internacionais nos processos judiciais e para proteger os direitos dos que são condenados à morte.

A agência apelou também para que o reino, de forma progessiva, reduza a aplicação da pena capital e reduza o número de ofensas ou crimes em que a pena é aplicável.