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ONU quer investigação das circunstâncias da morte de Kadafi

ONU quer investigação das circunstâncias da morte de Kadafi

Escritório de Direitos Humanos quer que sejam apurados mais detalhes para verificar se o coronel morreu em combate ou após a sua captura.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU defende a necessidade de uma investigação sobre as circunstâncias da morte do antigo líder líbio, Muammar Kadafi.

Nesta quinta-feira, agências noticiosas citaram o Conselho Nacional de Transição, que administra o país, como tendo dito que Kadafi morreu vítima de ferimentos sofridos durante confrontos na sua captura na sua cidade natal, Sirte.

Detalhes

Falando a jornalistas, nesta sexta-feira, em Genebra, o porta-voz do escritório, Rupert Colville, disse que é preciso apurar mais detalhes.

De acordo com o porta-voz, é imperativo verificar se o coronel morreu em combate ou numa espécie de execução após a sua captura. Colville disse pelo menos dois vídeos captados por telemóveis estão a circular com imagens que chamou bastante perturbadoras: um a mostrar o antigo líder vivo e o outro onde este aparece morto.

Combate

O escritório defende a existência de pelo menos quatro versões diferentes sobre as circunstancias da morte de Kadafi e indicando haver necessidade de que a verdade seja conhecida.

A morte de Muammar Gaddafi ocorreu oito meses após o início de manifestações contra o seu regime que governou o país durante 42 anos. De acordo com a ONU, milhares de pessoas teriam sido mortas, torturadas ou deslocadas durante o período.

Nova Era

O escritório aponta que a queda do último reduto de Kadafi e da Cidade de Bani Walid marcam o início de uma nova era, que encerra um período de “extrema violência e sofrimento” para o povo líbio.

Para que sejam respondidas as aspirações populares para a democracia e direitos humanos, o escritório indica que os direitos humanos devem ser a pedra angular de todas as políticas e acções das novas autoridades.

Defendendo que os líbios devem ter uma palavra a dizer na determinação do futuro do seu país, o escritório da ONU pediu que os supostos autores de violações sejam levados à justiça. O apelo estende-se igualmente para que haja julgamentos justos e baseados em padrões internacionais com vista à responsabilização dos culpados.