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Perito deixa recados para melhorar economia alimentar na África do Sul

Perito deixa recados para melhorar economia alimentar na África do Sul

Especialista independente pede maior envolvimento popular na construção da economia da alimentação; organização actual dos mercados foi herdada da era do apartheid.

[caption id="attachment_201757" align="alignleft" width="350" caption="ONU alerta que 70% dos carenciados vivem em regiões rurais"]

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A África do Sul deve benefíciar a todos os extractos da população na construção da sua economia da alimentação, disse o perito independente da ONU para o Direito à Alimentação.

Após de uma visita oficial ao país, Oliver de Schutter, pediu esta sexta-feira, em Pretória, que as autoridades considerem especialmente os 12 milhões de pobres e em situação de insegurança alimentar. Segundo apontou, 70% dos carenciados vivem em regiões rurais.

População

Oliver de Schutter elogiou o país por integrar o direito à aumentação na constituição mas frisou que “agora é momento para assentar as bases da economia de alimentação para o benefício da população.”

O perito referiu-se à existência de um sector agrícola “fortemente dualizado” e de uma organização de mercados “herdada da era do apartheid”.

Acesso aos Mercados

Segundo indicou “em contraste com áreas de agricultores comerciais brancos, estão os novos agricultores negros, de pequenas escala com fraquezas no acesso aos mercados, habilidades e posição de negociação nas redes alimentares.”

Conforme recomendou,  se o pais pretender atingir a meta de criação de 500 mil empregos no sector agro-alimentar não terá outra opção senão “permitir que grande parte de agricultores de subsistência abrace a agricultura de pequena escala.”

O relator referiu-se à existência de políticas “bem-intencionadas” - que colocam a segurança alimentar no topo da agenda governamental - mas observou a existência de resultados abaixo das expectativas.