ONU lança campanha “7 mil milhões de Acções” sobre a população

Iniciativa foi lançada neste Dia Mundial da População para estimular o diálogo sobre um mundo com 7 mil milhões de habitantes; Ban Ki-moon pede união através de redes e associações sociais.

[caption id="attachment_201015" align="alignleft" width="350" caption="ONU prevê que o mundo terá 7 mil milhões em outubro deste ano"]

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

As Nações Unidas lançaram, esta segunda-feira, a campanha “7 mil milhões de Acções”, no âmbito das celebrações do Dia Mundial da População, marcado a 11 de Julho. O objectivo é promover o diálogo sobre “a vida num planeta de mil milhões de habitantes e encorajar a acções que possam ter reflexo em cada um.”

De acordo com o Fundo da ONU para a População, Fnuap,  a iniciativa deve se estender até 31 de Outubro,  data em que se prevê que a população mundial atinja os 7 mil milhões.

Acção Conjunta

A propósito, o director executivo do Fnuap, Babatunde Osotimehin,  pediu acção conjunta dos países para prevenir a morte diária de mil mulheres, devido a complicações da gravidez e parto.

O especialista em demografia da Comissão Económica para América Latina e Cepal, Paulo Saad, falou à Rádio ONU de Santiago do Chile, sobre as consequências do crescimento populacional em África, especialmente até o fim do século.

População Africana

“África é a região onde a população deve crescer mais rapidamente. Acho que muito devia ser feito desde já.Durante este século, o continente terá grande parte da população jovem, terá uma grande proporção da população que estará na idade de trabalhar, que se chama de boom demográfico, se a situação for aproveitada, se a economia cresce, se houver oferta de emprego - principalmente na educação, se for investido em recursos humanos na juventude, acho que essa seria a grande saída vendo do lado das relações entre a população e o e desenvolvimento”, realçou.

O Fnuap apelou à acção, novas formas de pensamento e cooperação global “ímpar” para melhorar os padrões de vida de população, apontando que “proteger a saúde reprodutiva é fundamental para o futuro colectivo e desenvolvimento sustentável. Cerca de 215 milhões de mulheres não têm acesso a métodos  contraceptivos.

Foco nas Pessoas

Por seu lado, o Secretário-Geral, Ban Kim-moon disse que apesar do planeta atingir os 7 mil milhões de habitantes, a marca numérica exigirá um maior foco nas pessoas.

Ban realçou a importância da campanha “7 mil milhões de Acções” e disse esperar que a união através de redes e associações sociais e trabalho colectivo para a mudança possa “fazer a diferença.”

Ele apontou a existência de exemplos do poder de pessoas que abraçaram a esperança em meio do desespero “para serem melhor  tratadas contra a discriminação e exigiram justiça no lugar da tirania”.

De acordo com a ONU, o número de habitantes do planeta duplicou desde 1968 e aumentou em mais de 40% desde 1987. Os países em desenvolvimento participam no crescimento com 97 em cada 100 novas pessoas  “enfrentando o desafio de lidar com necessidades básicas e crescentes disparidades entre ricos e pobres.”