Uso de contracetivos reúne Fnuap e autoridades de Moçambique
Agência da ONU fala de propostas para dar um novo ímpeto para melhorar procura; estima-se que 12 em cada 100 mulheres usam métodos modernos de planeamento familiar no país.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Fundo da ONU para a População, Fnuap, anunciou que vai coordenar ações com as autoridades moçambicanas para dar um novo ímpeto para uma resposta à fraca demanda de contracetivos.
Em entrevista à Rádio ONU, de Maputo, a representante adjunta da agência no país, Astrid Bant, referiu-se a um seminário com as autoridades do setor da Saúde, a decorrer até sexta-feira.
“Este é então um ponto para, finalmente, fazer com que suba a prevalência de uso de contracetivos que agora, neste momento, tem estado estático por mais de 15 anos”, disse.
A taxa de mulheres que usam contracetivos modernos é 12%, o que para o Fnuap justifica esforços adicionais para impulsionar o acesso. Através dos métodos, o objectivo é igualmente baixar as altas taxas de gravidez precoce.
Oportunidades
“Estão identificadas algumas oportunidades. Estatísticas nacionais indicam que a população jovem tem uma demanda maior, mas nem todos que queiram usar o planeamento familiar têm acesso aos métodos. Estamos vendo como podemos melhorar a distribuição e a introduzir mais métodos e, talvez a distribuição possa ser feita por agentes comunitários. Na verdade, o que se está à procura é que, pelo menos, possamos satisfazer a demanda que existe”; indicou.
O Fnuap prevê envolver religiosos, grupos de mulheres e outros setores da sociedade para debater “obstáculos que se colocam ao uso do direito de ter contraceção gratuita.”
De acordo com a agência, o país tem conseguido sucessos em baixar a mortalidade materna, estimada actualmente em 500 mortes por cada 100 mil nascimentos. O desafio é abordar “problemas de distribuição e de baixa demanda devido a mitos e perceções.”