Moçambique revela ‘potencial múltiplo’ para a Economia Criativa
Ao lado da Zâmbia e Senegal, país foi escolhido para ser o precursor de estudo sobre o sector em África; potencial envolve áreas do cinema, moda e decoração de interiores com madeira.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Moçambique pode aproveitar oportunidades no cinema, artes plásticas, moda e decoração de interiores com madeira como chave do sucesso na economia criativa. O pronunciamento foi feito, em Genebra, por Edna dos Santos-Duisenberg, chefe do Programa de Economia Criativa e Indústrias da Conferência da ONU sobre o Comércio e Desenvolvimento, Unctad.
Falando à Rádio ONU acerca do lançamento do Relatório sobre a Economia Criativa, no princípio de Junho, a representante apontou que o país de expressão portuguesa foi escolhido, ao lado Zâmbia e Senegal, para ser o precursor de um estudo sobre o potencial da economia criativa no continente.
Cinema
Edna dos Santos-Duisenberg destacou as potencialidades do cinema moçambicano, uma área para a qual considerou que o país tem tradição, experiência e pode contar com apoios do Brasil.
“Na área de cinema vejo possibilidades, inclusive, de cooperação com o Brasil. O país pode ajudar Moçambique a formular toda uma política audiovisual, a lei do cinema e a ter estrutura um pouco mais forte, principalmente na área de documentários, que é um pouco mais desenvolvida e já criaram um festival de documentários com um carácter ambulante”, realçou.
Interacção
A economia criativa é um conceito que surge da interação entre a criatividade, cultura, economia e tecnologia numa realidade dominada pela imagem, som, texto e símbolos, aponta a Unctad.
Actualmente, as economias criativas estão entre os sectores mais dinâmicos do mundo, trazendo novas oportunidades de desenvolvimento dos países para os impulsionar a um maior crescimento na economia mundial. Edna dos Santos-Duisenberg aponta as vantagens para países africanos como Moçambique.
Produtos de Exportação
“A ideia é ver como, a partir da economia criativa, a gente pode através principalmente do comércio e emprego, ajudar o país no processo de repensar a estratégia de desenvolvimento no sentido de diversificar as fontes de produtos de exportação”, explicou.
A pesquisa em Moçambique envolveu uma colaboração com os ministérios da Cultura e a representação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
A representante referiu-se a uma parceria entre sectores como comércio tecnologia e outras áreas sociais para desenvolver os planos de acção com base nas recomendações do estudo.