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ONU condena prisão de seis funcionários no Sudão BR

ONU condena prisão de seis funcionários no Sudão

De acordo com comunicado da Missão em Cartum, Unmis, as detenções ocorreram, nesta quarta-feira, alegadamente por membros da Inteligência Militar sudanesa.

[caption id="attachment_199089" align="alignleft" width="350" caption="Tropas da Unmis no Sudão, durante o referendo que aconteceu no país."]

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

A Missão da ONU no Sudão, Unmis, condenou a prisão de seis funcionários locais da organização no país. Segundo informações, eles teriam sido detidos por integrantes da Inteligência Militar sudanesa.

Em comunicado, a Unmis afirmou que o grupo seguia do aeroporto de Kadugli, a capital do estado de Kordofan do Sul, para a cidade de Wau, no sul do Sudão, como parte do plano de transferência dos funcionários da missão.

Independência

O Sudão do Sul deverá se tornar independente em 9 de julho após a realização de um referendo sobre o tema. A consulta popular é parte do Acordo Abrangente de Paz que colocou fim ao conflito de mais de 20 anos com o norte do Sudão.

Pelo Acordo do Estatuto da Força, Sofa (na sigla em inglês), que rege a presença das tropas da ONU no Sudão, antes que seja tomada qualquer medida legal contra membros da Unmis, o governo tem que “apresentar provas ao representante do Secretário-Geral no país.” As detenções desta quarta-feira não seguiram aos termos do acordo que vale tanto para funcionários sudaneses como para os estrangeiros.

Libertação

A Unmis disse que está preocupada com a protecção e a segurança dos detidos e pediu a libertação deles “até que as autoridades sudanesas apresentem indícios de alguma atividade ilegal.”

Na nota, a ONU também condenou a prisão temporária e o que chamou de abuso de quatro membros das tropas de paz, que foram detidos na semana passada. Para as Nações Unidas, as detenções de funcionários no país é uma “violação clara do acordo Sofa”.

A Unmis pediu às partes que respeitem o acordo e que mantenham o seu empenho em proteger civis garantindo a liberdade de movimento a todos os trabalhadores da ONU sem distinção de origem, etnia ou filiação política.

*Apresentação: Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.