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‘Escola para Maridos’ no Níger ajuda a promover saúde

‘Escola para Maridos’ no Níger ajuda a promover saúde

Cerca de 40 alunos, entre 25 e 50 anos, recebem dicas sobre cuidados pré-natal, vacinações, maternidade e parto; 74% das mulheres são analfabetas e 80% casam-se antes dos 18 anos.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Uma "Escola para Maridos" no Níger, país do centro-oeste da África, está ajudando o governo local a promover cuidados com a saúde.

O objetivo é engajar a ação de homens em melhorias de saúde para suas famílias e comunidades. Ao todo, foram fundadas 137 "Escolas para Maridos" em Zinder, região do sul do Níger. Ainda este mês, estão previstas mais inaugurações para o oeste do país africano.

Maternidade e Parto

Os maridos estudantes têm de 25 a 50 anos. Eles se reúnem para ouvir as palestras de um porta-voz sobre cuidados pré-natal, campanhas de vacinação, maternidade e parto.

De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, o homem tem um papel central na comunidade do Níger, uma vez que 74% das mulheres são analfabetas. Além disso, oito em cada 10 mulheres se casam antes de completar 18 anos de idade.

Os níveis de mortalidade materna também são altos, com 648 óbitos por 100 mil nascimentos vivos.

Boa Moral

Segundo o Unfpa, a matrícula na "Escola para Maridos" é voluntária, mas a entrada não é fácil. Para ser admitido, o marido precisa preencher nove critérios, entre eles: ser casado com uma mulher, ou mulheres, uma vez que a poligamia é permitida no país e que faça uso dos serviços de saúde reprodutiva. O marido ainda tem que ter boa moral e aceitar a participação das mulheres na comunidade.

Os alunos se reúnem duas vezes por mês para discutir assuntos ligados à saúde e pensar em soluções para os problemas locais.

De acordo com a agência da ONU, a "Escola para Maridos" tem apresentado resultados. Desde o início do trabalho, há três anos, aumentou o uso de métodos contraceptivos, a troca de informação dos cuidados com a saúde através de programas de rádio, e segundo uma das mulheres beneficiadas, ela perdeu o medo que tinha da maternidade.