Estudo revela sérios problemas psicossociais nas escolas de Gaza
Segundo pesquisa da Unesco, 83% dos alunos da região sofrem de ansiedade e 70% dizem ter pesadelos.
[caption id="attachment_191775" align="alignleft" width="175" caption="Tristeza e medo"]
Daniela Kresch, da Rádio ONU em Tel Aviv.
Um estudo da Organização da ONU para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, revela consequências psicológicas a longo prazo em alunos e professores palestinos, devido à ação militar israelense na Faixa de Gaza, entre 2008 e 2009.
Devido à guerra e ao subsequente bloqueio econômico da região, crianças e adultos do sistema educacional de Gaza sofrem com sintomas de ansiedade, tristeza, estresse, medo e incapacidade de concentração, o que leva a resultados acadêmicos abaixo da média.
Ansiedade e Insegurança
Segundo a pesquisa da Unesco, 83% dos alunos admitem sofrer de ansiedade, 57% dizem que não se sentem seguros nas escolas e 67% têm medo de ataques no caminho do colégio para casa.
Mais de 70% disseram ter pesadelos por causa do confronto, que começou depois que grupos extremistas palestinos lançaram milhares de foguetes e morteiros contra Israel, deslanchando uma violenta reação militar em Gaza.
Performance Piorou
O estudo foi feito um ano depois da guerra, entre dezembro de 2009 e março de 2010, em 90 escolas e quarto universidades da Faixa de Gaza.
Mais de 6 mil professores e alunos foram entrevistados.
Três em cada quatro professores informaram que a performance dos alunos piorou depois do conflito.
A Guerra de Gaza causou a morte de 250 alunos e 15 professores, alguns deles de escolas financiadas pela ONU. Dezoito escolas foram destruídas e 262 danificadas.
Os resultados do estudo foram revelados em meio a divulgação do projeto Educação para Todos 2011, do Relatório do Monitoramento Global, que tem como tema neste ano o impacto de conflitos na educação.