Perspectiva Global Reportagens Humanas

Especialista da ONU aponta desafios dos jornalistas na Argélia

Especialista da ONU aponta desafios dos jornalistas na Argélia

De acordo com relator especial, profissionais de informação encaram obstáculos legais para exercer o seu ofício; mais de 100 jornalistas argelinos foram mortos nos anos 90.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU, em Nova Iorque.

O relator especial sobre a Promoção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão, Frank La Rue, disse ter constatado que jornalistas argelinos confrontam-se com obstáculos legais no exercício da sua actividade.

Num comunicado publicado esta terça-feira, em Genebra, após uma deslocação de uma semana ao país africano, La Rue aponta que "os jornalistas argelinos enfrentam desafios e intimidação legais que se tornam obstáculos no seu importante trabalho."

Difamação

O perito lançou um apelo urgente às autoridades argelinas com vista à descriminalização da difamação, indicando ter um "efeito de refrigeração" no direito à liberdade de expressão, ao gerar uma atitude de autocensura nos jornalistas.

Ele apontou para "progressos no avanço da liberdade de expressão e de opinião", mas recordou que na Argélia foram assassinados 100 jornalistas somente na década de 90.

Exigências Populares

O perito da ONU apontou que durante a visita, comprovou haver exigências populares por uma maior abertura no país africano, incluindo "a garantia de uma maior liberdade de expressão."

Como parte das constatações, o perito disse ter sido registado o desejo das autoridades em levarem a cabo um novo processo de mudanças políticas, que incluem reformas constitucionais.