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PMA abre corredor humanitário para oeste da Líbia

PMA abre corredor humanitário para oeste da Líbia

De acordo com a agência, milhares enfrentam escassez de abastecimentos; Acnur alerta para novo fluxo de refugiados provenientes do oeste.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU, em Nova Iorque.

O Programa Mundial da Alimentação, PMA, anunciou esta terça-feira a abertura de um corredor humanitário no oeste da Líbia, com vista a alcançar as áreas mais afectadas pelo conflito.

O primeiro comboio de camiões transportando mantimentos para 50 mil famílias, durante um mês, atravessou para o oeste da Líbia, partindo de Eas Jedir, na fronteira com a Tunísia.

Passo Vital

A directora executiva da agência, Josette Sheran, considerou o corredor "o primeiro passo vital para alcançar milhares de mulheres, crianças e idosos que enfrentam a escassez de abastecimentos."

Os combates entre forças governamentais e rebeldes seguiram-se a protestos iniciados em Fevereiro, exigindo que o líder Muammar Kadafi abandone o poder.

Combates

Entretanto, um grande fluxo de refugiados está a verificar-se na Tunísia, tendo como origem as regiões montanhosas do oeste da Líbia, anunciou esta terça-feira o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur.

Em declarações à imprensa, em Genebra, o porta-voz do Acnur, Andrej Mahecic, falou dos primeiros sinais de intensificação do movimento dos refugiados.

Recém-chegados

De acordo com o porta-voz, cerca de 6 mil líbios chegaram durante o fim-de-semana à região tunisina de Dahiba, no sul. Ele apontou para estimativas segundo as quais nos últimos 10 dias teriam chegado cerca de 10 mil pessoas à região.

O Acnur cita relatos de famílias recém-chegadas à vila fronteiriça de Nalut, apontando para o cerco das regiões montanhosas por forças governamentais, no último mês. Os relatos apontam igualmente para a ocorrência de confrontos no fim-de-semana.

Intensificação

Entretanto, um navio proveniente de Misrata chegou a Bengazi carregando centenas de pessoas. O grupo que inclui 22 famílias iraquianas, integra refugiados e candidatos a asilo, dando conta da intensificação de confrontos, com áreas residenciais da cidade a serem alvos de rockets e projécteis.

Estima-se que em Bengazi, onde as autoridades locais tinham registo de cerca de 35 mil refugiados, o número de deslocados tenha aumentado para 100 mil.