FMI negocia empréstimo com autoridades portuguesas
Missão do Fundo Monetário Internacional encontrou-se em Lisboa com responsáveis do governo e do Banco Central de Portugal para traçar as condições do pacote ao país.
João Rosário, da Rádio ONU em Lisboa.
O responsável do Fundo Monetário Internacional, FMI, para as negociações de um empréstimo a Portugal, Poul Thomsen, vai reunir-se esta terça-feira com os representantes dos sindicatos e do patronato. Thomsen tem ainda agendado encontros com os principais banqueiros do país.
Os encontros acontecem depois de nesta segunda-feira, primeiro dia de trabalhos em Lisboa da equipa negocial do FMI, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, ter reunido com o Ministro das Finanças português e com o governador do Banco de Portugal.
Empréstimo
Os contactos fazem parte dos trabalhos de preparação das condições em que o FMI e as instâncias europeias poderão responder ao pedido de ajuda financeira externa feito pelo governo português no início de Abril.
Em causa, poderão estar pelo menos 80 mil milhões de euros, o equivalente a USD 116 mil milhões, para as autoridades portuguesas equilibrarem as contas públicas e garantirem o cumprimento de vários compromissos financeiros, nomeadamente o pagamento de juros da dívida de Portugal
Concordância
Os representantes das três instâncias internacionais já pediram para ter reuniões com todos partidos políticos com assento no parlamento, uma vez que o acordo para o empréstimo terá de ter também a concordância das forças políticas mais representativas.
Das negociações resultará um memorando de entendimento que vai ser apresentado na reunião de ministros das Finanças da União Europeia, que se realizará a 16 e 17 de Maio em Bruxelas. Só então a ajuda poderá ser concedida.
Finlândia contra
As negociações decorrem num momento em que o governo português apresentou a demissão e as eleições estão marcadas para 5 de Junho.
Outras eleições relevantes para o sucesso do pedido de financiamento aconteceram este domingo na Finlândia e deram o segundo lugar ao partido "Verdadeiros Finlandeses", que é contra a ajuda aos países europeus em dificuldades.
O resultado das eleições finlandesas foi seguido com atenção pelas autoridades portuguesas, uma vez que parte da ajuda financeira da União Europeia só pode ser accionada com o acordo de todos os 27 países.