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OMS sugere reduzir remédios para doença cardiovascular BR

OMS sugere reduzir remédios para doença cardiovascular

Em estudo, divulgado no início do mês, agência diz apenas 5% dos adultos de 40 a 64 anos, que participaram da pesquisa, apresentaram risco total de ataques cardíacos ou derrames.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde, OMS, sugere uma nova estratégia para prevenir doenças cardiovasculares.

De acordo com o estudo, publicado no início deste mês no Boletim da OMS, até o momento, os fatores de risco combatidos de forma tradicional são hipertensão, taxas altas de colesterol e altos índices de açúcar no sangue.

Fatores Múltiplos

Mas segundo os especialistas da OMS, uma abordagem alternativa de tratamento poderia reduzir, de forma significativa, o número de pessoas sob medicação, e ao mesmo tempo, prevenir um número semelhante de ataques cardíacos e derrames.

A pesquisa, realizada em Seicheles, compara a abordagem médica de tratar cada fator de risco com remédios à alternativa que prioriza o tratamento daqueles pacientes que têm fatores múltiplos, e que quando combinados, colocam o doente sob um risco total alto de ataques e derrames.

O estudo mostrou que 60% dos adultos, entre 40 e 64 anos, têm apenas um fator de risco, como por exemplo colesterol alto, cumprindo o critério para medicamentos. Isso ocorre mesmo que o risco total para este paciente de ter doenças cardiovasculares seja baixo.

Mas pela abordagem alternativa, somente 5% dos adultos têm um risco total alto e, por isso, devem receber, ao mesmo tempo, tratamento para combater múltiplos fatores de risco.

Assistência Médica

O co-autor da pesquisa, Pascal Bovet, da Universidade de Lausanne, afirmou que se forem tratados apenas os pacientes que têm um risco alto de desenvolver doenças cardiovasculares, muito menos pessoas precisariam tomar remédios. Com isso, ele afirma, os custos de assistência médica seriam menores e os benefícios para a saúde, maiores.

A OMS recomenda a abordagem de risco total para a prevenção de ataques cardíacos e derrames por ser uma estratégia eficiente de custo e apropriada a países de rendas baixa e média. Segundo a agência, o estudo é o primeiro a estimar o risco cardiovascular e o impacto das medidas de prevenção na região africana.