OIM preocupada com situação de 6 mil migrantes em Misrata
Grupo não tem como sair da cidade portuária na Líbia; agência enviou um navio com ajuda humanitária, mas diz que não tem recursos para resgatar todos.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Internacional para Migrações, OIM, informou que está preocupada com a situação de 6 mil migrantes na cidade de Misrata, na Líbia.
Segundo a OIM, os migrantes não têm como deixar a cidade portuária, sob o fogo cruzado de tropas a favor do líder líbio Muammar Kadafi e de forças rebeldes. A violência no país norte-africano começou em fevereiro, quando manifestantes saíram às ruas para pedir que Kadafi deixasse o poder.
Medo
A agência enviou um navio com ajuda humanitária a Misrata, mas já avisou que não tem recursos para resgatar todos.
Os migrantes estão vivendo ao relento, há várias semanas, com quantidade limitada de alimentos, sem água potável e com medo. Muitos deles estão desidratados e debilitados.
De acordo com a agência, dois terços dos migrantes são do Egito, o grupo também abriga bengaleses, ganeses, sudaneses e nigerianos entre outros.
O diretor de Emergências e Pós-Crise da OIM, Fernando Calado, diz que a organização não deve ser colocada numa posição de ter que decidir a quem salvar, no meio de tantas pessoas em situação extremamente precária.
O navio da OIM tem capacidade para cerca de 800 pessoas e está transportando 400 toneladas de alimentos e remédios.
Grande parte da ajuda foi doada por organizações nacionais e internacionais líbias, além de empresas do país norte-africano. Os donativos devem atender pelo menos 2 mil famílias que ficaram desabrigadas pela violência na área.