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Banco Mundial: emigrantes são vitais para África

Banco Mundial: emigrantes são vitais para África

Os governos africanos podem rentabilizar as remessas em benefício do desenvolvimento económico das suas nações; é a conclusão de um estudo que apresenta soluções inovadoras de participação dos emigrantes na vida dos seus países de origem.

João Rosário, da Rádio ONU em Lisboa.

Um relatório do Banco Mundial e do Banco Africano para o Desenvolvimento, lançado esta quarta-feira, revela que os governos africanos poderiam tirar mais partido dos cerca de 30 milhões de emigrantes que o continente tem no mundo.

O documento diz que que as nações africanas precisam de se empenhar mais para beneficiar do fenómeno da emigração.

Remessas

Um dos exemplos apontados como evidência de sucesso são as remessas que os emigrantes enviam e que contribuem para reduzir a pobreza nos seus países de origem.

O relatório diz que as remessas resultam em investimentos na saúde, educação e habitação em África. As emigrações também favorecem o capital, o comércio, a transferência de conhecimentos e de tecnologias.

O principal autor do relatório e economista no Banco Mundial, Dilip Ratha, defende que "os governos africanos devem fortalecer os laços entre os emigrantes e os países de origem, proteger os seus emigrantes e aumentar a concorrência no mercado das remessas, caso contrário, o potencial das emigrações africanas ficará longe das suas capacidades".

Acções da Diáspora

O relatório recomenda como inovação as acções da diáspora. Tratam-se de títulos como as acções da bolsa que poderiam ser vendidos pelos governos ou por empresas privadas aos cidadãos que vivem noutros países.

De acordo com Dilip Ratha, os países da África subsaariana poderiam conseguir por ano entre US$ 5 mil milhões a US$ 10 mil milhões através das acções da diáspora.

Segundo o relatório, esta inovação resultaria em grandes rendimentos nos 11 países com as maiores diásporas de África, entre eles a Etiópia, Gana, Quénia, Libéria, Nigéria e o Senegal.