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Fome na África Subsaariana

Fome na África Subsaariana

Relatório da FAO e do PAM indica que o número de famintos no mundo deverá ultrapassar este ano a marca de mil milhão; documento foi publicado antes do Dia Mundial da Comida, celebrado esta sexta-feira.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A recessão económica que está a afectar o mundo causou um aumento significativo no número de pessoas que passam fome nos países pobres, revelando ao mesmo tempo um sistema alimentar global frágil e a necessitar de reforma urgente.

A afirmação consta do relatório "O Estado da Insegurança Alimentar", divulgado nesta quarta-feira pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO e pelo Programa Alimentar Mundial, PAM.

Investimentos

As agências da ONU estimam que o número de pessoas que passam fome deverá ultrapassar este ano a marca de mil milhão.

Na África Subsaariana, o número de famintos chega a 265 milhões enquanto na Ásia e no Pacífico, cerca de 642 milhões não tem acesso a comida.

O relatório indica que o número de pessoas mal nutridas tem vindo a aumentar gradualmente na última década, mesmo antes da eclosão das crises financeira e alimentar.

As agências das Nações Unidas realçam que progressos no acesso a comida foram feitos nos anos 80 e princípios dos anos 90, graças a investimentos significativos na agricultura.

Mas a assistência oficial ao desenvolvimento caíu drasticamente nos últimos anos, resultando num aumento de famintos em muitas regiões.

Capacidade Técnica

O director-geral da FAO, Jacques Diouf, pediu aos líderes mundiais para combaterem a fome com a mesma energia e intensidade com que têm enfrentado a crise financeira.

Ele afirmou que o mundo tem a capacidade técnica e económica para erradicar o flagelo, mas falta vontade política.

O relatório foi publicado antes do Dia Mundial da Comida, celebrado esta sexta-feira.