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OIM alerta para milhares de deslocados na Cote d’Ivoire

OIM alerta para milhares de deslocados na Cote d’Ivoire

Civis estão encurralados pelos combates entre as forças rivais no oeste do país; a OIM considera a situação muito difícil, porque não há abrigos, água ou cuidados de saúde para todos.

João Rosário, da Rádio ONU em Lisboa.

Segundo a Organização Internacional para Migrações, OIM, uma grande ofensiva militar lançada pelas forças leais ao presidente eleito Alassane Ouattara, na Cote d'Ivoire, também conhecida como Costa do Marfim, isolou dezenas de milhares de deslocados. Eles se encontram em situação de vulnerabilidade para receberem ajuda humanitária.

De acordo com a OIM, na cidade de Douékoué, no oeste do país, os combates entre as forças apoiantes de Ouattara e dos simpatizantes do presidente em exercício, Laurent Gbagbo, conduziram à fuga de cerca de 20 mil cidadãos da Côte d'Ivoire, do Burkina Fasso, do Mali e de outras nacionalidades.

Apoio

Os deslocados encontraram refúgio numa missão católica que se encontra sobrelotada. Praticamente não têm abrigos, água ou cuidados de saúde.

Segundo o coordenador de emergência da OIM no país, Jacques Seurt, as condições de vida na missão estão a tornar-se muito difíceis. Ele disse que "tem chegado ao local um fluxo de pessoas aterrorizadas, alguns apresentam ferimentos de balas porque não conseguiram ser tratados no hospital da região. Todos procuram protecção dos combates".

A OIM na Côte d'Ivoire lançou um apelo às forças rivais para que assegurem que a missão católica seja um espaço seguro para os deslocados.

Repatriamento

A organização está a conduzir cidadãos estrangeiros para fora da Côte d'Ivoire. Cerca de 35 mil guineenses, malianos, senegaleses, mauritanos e cidadãos do Burkina Faso já pediram para sair do país.

A OIM necessita com urgência de financiamento para continuar as operações de repatriamento.