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Somália vai enfrentar crise em 2010 com cofres vazios

Somália vai enfrentar crise em 2010 com cofres vazios

ONU disse que país ainda não angariou ou recebeu promessas de fundos para financiar necessidades vitais nas áreas da saúde, alimentação e saneamento; agências humanitárias fizeram um apelo de quase US$ 700 milhões para o próximo ano.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O coordenador humanitário da ONU para a Somália, Mark Bowden, disse que a nação do Corno de África vai continuar a enfrentar uma grave crise humanitária em 2010 com os cofres vazios.

Bowden disse a jornalistas em Nova Iorque, que o país ainda não angariou ou recebeu promessas de fundos para financiar necessidades vitais nas áreas da saúde, alimentação e saneamento.

Crise Regional

Ele indicou numa conferência de imprensa na terça-feira que a situação poderá vir a transformar-se numa importante crise regional e afectar todos os Estados vizinhos.

Segundo as Nações Unidas, alguns doadores estão preocupados sobre a eficácia da ajuda numa nação dividida por conflitos faccionais e sem um governo central funcional desde 1991. Outros receiam que os fornecimentos humanitários venham a cair nas mãos dos insurgentes.

Bowden disse que não há mais tempo a perder, adiantando que as consequências poderão vir a ser desastrosas para a Somália se a actual situação perdurar.

O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, também respondeu às preocupações da comunidade doadora, afirmando que a ajuda tem tido um impacto no país.

Imunização

O órgão relembrou que a Somália não registou qualquer caso de pólio desde 2007 e que este ano uma campanha de imunização vacinou 1,5 milhão de crianças contra o tétano.

Mark Bowden revelou que as agências humanitárias fizeram um apelo de quase US$ 700 milhões para 2010. Ele notou que o número de pessoas vulneráveis ultrapassou este ano os 3,5 milhões.