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Falta de democracia criou estado de medo na Coreia do Norte (Português Brasil)

Falta de democracia criou estado de medo na Coreia do Norte (Português Brasil)

Relator da ONU afirma que recursos nacionais do país são favoráveis à militarização e à elite, com evidência principal quanto aos gastos do processo de nuclearização, desenvolvimento que já foi punido pela comunidade internacional.

Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.

Os abusos contra a população da Coreia do Norte são flagrantes e endêmicos, segundo o relator especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos no país, Vitit Muntarbhorn.

Em relatório ao Conselho de Direitos Humanos, ele disse que houve progresso ao longo dos anos em relação ao desenvolvimento do país e ao compromisso com a comunidade internacional, mas o cenário geral é desolador por muitos motivos.

Estado de Medo

Ele afirmou que o caráter não democrático da base de poder criou um "estado de medo" para a maior parte da população, com restrições impostas às liberdades e direitos das pessoas.

Segundo o relator, os recursos nacionais são favoráveis à militarização e à elite, com evidência principal quanto aos gastos do processo de nuclearização do país, desenvolvimento que já foi punido pela comunidade internacional.

Muntarbhorn afirmou que a menção aos direitos humanos na constituição da Coreia do Norte é ilusória, já que as políticas priorizam o setor militar.

Ações

Ele ressaltou que é preciso construir ações baseadas em padrões internacionais para garantir os direitos humanos no país.

O relator recomendou medidas imediatas à Coreia do Norte, como o fornecimento e acesso à alimentação e necessidades básicas, a cooperação com agências da ONU, a adoção de moratória sobre a pena de morte, o fim de execuções públicas e dos abusos contra a segurança de pessoas.