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Povos indígenas vivem em condições alarmantes, afirma ONU (Português Brasil)

Povos indígenas vivem em condições alarmantes, afirma ONU (Português Brasil)

Primeiro relatório global sobre o tema mostra que a população indígena é de cerca de 370 milhões de pessoas, o equivalente a 5% do total mundial, e corresponde a mais de 1/3 dos que vivem em extrema pobreza em áreas rurais.

Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.

Os povos indígenas no mundo vivem em situação alarmante de pobreza, saúde, educação, emprego, direitos humanos e meio-ambiente.

É o que revela o primeiro relatório global das Nações Unidas sobre o tema, intitulado ‘A Situação dos Povos Indígenas no Mundo', produzido pelo Secretariado do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas da ONU e escrito por sete especialistas independentes.

Pobreza

Segundo o estudo, a população indígena é de cerca de 370 milhões de pessoas, o equivalente a 5% do total mundial, e corresponde a mais de 1/3 dos 900 milhões de indivíduos que vivem em extrema pobreza em áreas rurais.

O relatório mostra ainda que a expectativa de vida dos povos indígenas é 20 anos menor do que a média e que as taxas de suicídio, principalmente entre os jovens, são consideradas altas, como explicou à Rádio ONU, do Rio de Janeiro, o articulador dos direitos indígenas do Comitê Intertribal, Marcos Terena.

"A questão brasileira é colocada em dois aspectos, que é a questão do suicídio dos índios Kayowa do Mato Grosso do Sul, em função de relação de falta de território, da auto-estima, a perda da capacidade de gerar alimentos próprios e tradicionais gerando outras necessidades como problemas de saúde", afirmou.

Ele também ressaltou a questão das taxas de doenças entre os indígenas. Segundo o documento os índices de pobreza dos povos indígenas em vários países da América Latina estão acima do resultado no resto do mundo. Os trabalhadores indígenas também ganham menos.

O texto mostra ainda que a mortalidade infantil é de 70% em comunidades indígenas, apesar de avanços na região nos últimos 40 anos.

Reportagem: Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (Unic-Rio)