Representante de Ban depõe em Haia sobre crianças em conflito
Presença de Radhika Coomaraswamy foi requisita por juízes do julgamento de ex-líder de milícia na RD Congo; ela afirmou que este é o primeiro caso a nível internacional, na história, que define o enquadramento legal do crime como recrutamento, alistamento e uso de crianças num conflito armado.
[caption id="attachment_166872" align="alignleft" width="175" caption="Thomas Lubanga Dyilo"]
Ana Ventura Miranda, da Rádio ONU em Nova York*.
A representante especial de Ban Ki-moon para Crianças e Conflitos Armados, Radhika Coomaraswamy, prestou depoimento nesta quinta-feira no Tribunal Penal Internacional, TPI, em Haia.
Coomaraswamy foi ouvida no julgamento do ex-líder de uma milícia da República Democrática do Congo, Thomas Lubanga Dyilo, que começou em janeiro do ano passado.
Depoimento
Dyilo é acusado de crimes de guerra por ter alistado e recrutado crianças com idade inferior a 15 anos para participar de atividades hostis no país.
Coomaraswamy disse no seu depoimento ser uma voz independente para as crianças dentro das Nações Unidas e da comunidade internacional, e salientou a importância do julgamento.
Ela afirmou que este é o primeiro caso a nível internacional, na história, que define o enquadramento legal do crime como recrutamento, alistamento e uso de crianças num conflito armado.
Testemunhas
De acordo com o TPI, a presença de Coomaraswamy foi requisitada pelos juízes e ela depôs na qualidade de perita sobre a interpretação do termo ‘usar as crianças para participar ativamente de hostilidades'.
Durante a próxima semana o Tribunal vai ouvir mais testemunhas. O depoimento da representante especial do Secretário-Geral da ONU para Crianças e Conflitos Armados será seguido pelo do professor da RD Congo, Kambayi Bwatshia, perito em nomes e outras convenções socias.
No final das audiências três vítimas devem testemunhar pessoalmente.
*Apresentação: Daniela Traldi, da Rádio ONU, Nova York.