Corrupção e insegurança afectam acção humanitária no Afeganistão

Segundo o Ocha cerca de 400 mil afegãos são afectados todos os anos por desastres naturais como secas, inundações e condições extremas de temperatura; órgão diz que corrupção deveria ser preocupação de todos, incluindo o governo, agências da ONU e sociedade civil.

Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova Iorque*.

A ONU alertou nesta segunda-feira que a insegurança e a corrupção continuam a prejudicar os esforços humanitários destinados aos grupos mais vulneráveis do Afeganistão.

O representante no país do Escritório das Nações Unidas para Assistência Humanitária, Ocha, Wael Haj-Ibrahim, disse que esses dois factores dificultam a entrega e transporte de mercadorias e serviços para grupos prioritários.

Desastres Naturais

Ele afirmou que a corrupção deveria ser preocupação de todos e que o problema deveria ser tratado pelo governo, agências da ONU, líderes comunitários e membros da sociedade.

Haj-Ibrahim também realçou que é preciso resolver a questão e não apenas continuar a debater o tema de forma abstrata e responsabilizar certas pessoas ou instituições.

Segundo o Ocha cerca de 400 mil afegãos são afectados todos os anos por desastres naturais como secas, inundações e condições extremas de temperatura. Mais de 6 milhões de pessoas precisam de auxílio para satisfazer as suas necessidades alimentares.

Insegurança

No último apelo lançado em Novembro, o órgão estimou em US$ 871 milhões o montante que o Afeganistão vai necessitar para o próximo ano. Quase metade desse total será usado para comprar comida.

O Ocha informa que já despachou 80% da assistência prevista para o Inverno, mas que a insegurança permance em áreas do sul e sudeste do país.

*Apresentação: Carlos Araújo, Rádio ONU, Nova Iorque.