Ataques contra Unamid agravam segurança em Darfur

Cinco militares da missão, todos de nacionalidade ruandesa, perderam a vida este fim de semana em incidentes separados; Ban Ki-moon deplorou os ataques e pediu ao Sudão para fazer tudo ao seu alcance para levar os perpetradores à justica.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A missão conjunta da ONU e da União Africana em Darfur, Unamid, disse que a situação de segurança na conturbada província sudanesa agravou-se após os ataques que mataram cinco capacetes azuis este fim de semana.

Os militares, de nacionalidade ruandesa, foram mortos em incidentes separados, aumentando para 22 o número de soldados de paz que perderam a vida no território desde o início das operações da Unamid em Janeiro de 2008.

Emboscada

No ataque sangrento de sábado, os capacetes azuis estavam a distribuir água num acampamento para deslocados quando foram atacados por homens armados em trajes civis. Três soldados ruandesas já haviam morrido na sexta-feira durante uma emboscada a uma coluna da Unamid.

O Secretário-Geral, Ban Ki-moon, deplorou os ataques e pediu ao governo do Sudão para fazer tudo ao seu alcance para levar os perpetradores à justiça.

Um comunicado da missão divulgado este domingo indica que forças da operação conjunta da ONU e da UA efectuaram este fim de semana dezenas de patrulhas em mais de 50 aldeias e campos para deslocados.

Os recentes incidentes seguem-se a um ataque registado em Outubro quando três militares da Unamid foram feridos por homens não identificados no Darfur Ocidental.

Capacidade Militar

Dois funcionários civis da missão foram também raptados em Agosto no território. Três meses depois ainda não foram libertados.

Quase dois anos após a sua criação, a Unamid só atingiu 69% da sua capacidade militar. A operação conjunta das Nações Unidas e da União Africana também carece de equipamentos essenciais, incluindo duas unidades médias de transporte, um hospital de campanha e 18 helicópteros.