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Julgamento de rebeldes congoleses abre em Haia

Julgamento de rebeldes congoleses abre em Haia

Germain Katanga e Mathieu Chui enfrentam nove acusações de crimes de guerra e contra a humanidade; crimes foram alegadamente cometidos durante um ataque sangrento contra uma aldeia em Ituri, leste da República Democrática do Congo, em 2003.

[caption id="attachment_160305" align="alignleft" width="175" caption="Sede do TPI"]

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Londres.

O julgamento de dois antigos líderes congoleses por crimes alegadamente cometidos pelos rebeldes que comandavam no leste da República Democrática do Congo, em 2003, deverá ter início nesta terça-feira no Tribunal Penal Internacional, TPI, em Haia, na Holanda.

Germain Katanga, comandante de um grupo conhecido por Força de Resistência Patriótica de Ituri, Frpi, enfrenta três acusações de crimes contra a humanidade e seis acusações de crimes de guerra por um ataque sangrento contra a aldeia de Bogoro, na província de Ituri.

Operação

Centenas de pessoas foram mortas e muitas mulheres forçadas a trabalharem como escravas sexuais após o ataque ocorrido em Fevereiro de 2003.

Mathieu Chui é um antigo líder do movimento rebelde Frente Integracionista Nacional, FNI. Ele enfrenta o mesmo número e tipo de crimes pela sua participação na mesma operação.

Os dois homens são ainda acusados de terem usado crianças com menos de 15 anos como soldados no ataque.

Dez crianças-soldado estão entre as 345 pessoas autorizadas a participarem no julgamento, o segundo a ter lugar no TPI no contexto da crise na República Democrática do Congo.

Testemunhas

O primeiro envolveu Thomas Lubanga Dyilo, um senhor de guerra acusado de recrutar menores. O seu julgamento teve início em Janeiro deste ano.

O promotor do TPI, Luis Moreno-Ocampo, disse que tenciona ouvir 26 testemunhas durante o julgamento de Katanga e Chui.