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Luz eléctrica é luxo para ¼ da população mundial

Luz eléctrica é luxo para ¼ da população mundial

Relatório do Pnud alerta que quase 1, 5 mil milhão de pessoas vive no escuro; director de Política de Desenvolvimento da agência, Olav Kjorven, afirma que é preciso garantir que as necessidades dessa população relacionadas à energia sejam levadas em conta no novo acordo climático.

[caption id="attachment_173201" align="alignleft" width="175" caption="Sem luz elétrica"]

Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova Iorque .*

Quase ¼ da população mundial ainda vive sem electricidade. O alerta foi lançado pelo Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, a pouco mais de 10 dias do início da conferência mundial sobre Mudanças Climáticas, em Compenhaga, na Dinamarca.

Segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira pela agência das Nações Unidas, em parceria com a Organização Mundial da Saúde, OMS e com a Agência Internacional de Energia, IEA 1,5 mil milhão de pessoas vivem no escuro, 80% delas em países menos desenvolvidos do sul da Ásia e da África Subsaariana,

Emissões

Segundo o director de Política de Desenvolvimento do Pnud, Olav Kjorven, quase metade da humanidade está completamente desconectada do debate sobre como promover o progresso no mundo com menos emissões e mais energia verde porque a realidade dessas pessoas é muito mais básica.

Kjorven realça que essas pessoas pobres e vulneráveis têm que levar cargas pesadas de água e comida às costas porque não tem transporte. Também têm de cozinhar usando lenha o que prejudica a saúde.

Ele afirma que é preciso garantir que as necessidades dessa população relacionadas à energia sejam levadas em conta num novo acordo climático.

O estudo do Pnud mostra ainda que, para reduzir a pobreza pela metade até 2015, uma das Metas do Milênio, mais de 1 mil milhão de pessoas vão precisar de electricidade e 2 mil milhões deverão ter acesso a combustíveis modernos como gás natural e propano.

África Subsaariana

O órgão lembra que 2 milhões de pessoas morrem todos os anos de causas associadas à exposição à fumaça da biomassa e carvão de cozinha e 99% dessas mortes ocorrem em países menos desenvolvidos.

Nesses países e na África Subsaariana, metade das mortes relacionadas a pneumonia em crianças menores de cinco anos, doenças crónicas de pulmão e cancro de pulmão em adultos são atribuídas ao uso de combustível sólido.

*Apresentação: Carlos Araújo, Rádio ONU, Nova Iorque.