Estratégia humanitária na África precisa ser revista
Um relatório publicado pela Cruz Vermelha Internacional e pelo Crescente Vermelho afirma que a assistência humanitária na África não satisfaz as necessidades das comunidades vulneráveis em todo o continente.
[caption id="attachment_171461" align="alignleft" width="175" caption="Ajuda humanitária"]
João Duarte, da Rádio ONU em Londres*.
De acordo com relatório publicado nesta sexta-feira pela Cruz Vermelha Internacional e pelo Crescente Vermelho, a assistência humanitária na África é muito reativa e dispendiosa e não satisfaz as necessidades crescentes das comunidades vulneráveis em todo o continente.
Intitulado ‘Fome, Desastre, Esperança: Repensando a ação humanitária na África', o documento apela a organizações e aos governos para reverem as formas de prestação e financiamento de assistência, descrevendo o atual modelo como muito ausente na resposta a desastres.
Investimento
O relatório defende que mais dinheiro deveria ser investido para a construção de infra-estrutura a nível local.
Segundo o secretário-geral da Cruz Vermelha, Bekele Geleta, hoje apenas 1% dos fundos de auxílio são aplicados na prevenção de desastres ou no combate a problemas como a crise alimentar.
O relatório cita exemplos de como as organizações humanitárias podem apoiar as comunidades locais ajudando-as a construir o que necessitam para responder a desafios.
Moçambique
Entre as várias histórias de sucesso, o relatório aponta Moçambique, elogiando a forma como foram implementados sistemas de alerta que agora levam à evacuação organizada de centenas de milhares de pessoas em caso de inundações ou tempestades.
O documento foi emitido no último dia do encontro que reuniu no Quênia representantes da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho.
*Apresentação: Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.