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É preciso repensar assistência a África, diz Cruz Vermelha

É preciso repensar assistência a África, diz Cruz Vermelha

Novo relatório publicado pela Cruz Vermelha defende o repensar das estratégias de auxílio humanitário a África. O documento foi emitido no último dia do encontro que reuniu no Quénia representantes da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho.

João Duarte, da Rádio ONU em Londres.

De acordo com o relatório publicado esta sexta-feira, a assistência humanitária em África é muito reactiva e dispendiosa e não satisfaz as necessidades crescentes das comunidades vulneráveis em todo o continente.

Intitulado "Fome, Desastre, Esperança: Repensar a acção humanitária em África", o documento apela a organizações humanitárias e aos governos para reverem as formas de prestação e financiamento de assistência humanitária descrevendo o actual modelo como "demasiado assente na resposta a desastres".

Investimento

O relatório defende que mais dinheiro deveria ser investido para a construção de capacidades a nível local de forma a que as pessoas no terreno possam ser elas próprias a vencerem os desafios que se colocam.

Segundo Bekele Geleta, secretário-geral da Cruz Vermelha, hoje em dia apenas 1% dos fundos de auxílio são aplicados na prevenção de desastres ou no combate a problemas como a crise alimentar.

Sistemas

O relatório cita exemplos de como as organizações humanitárias podem apoiar as comunidades locais ajudando-as a construir a capacidade de que necessitam para responder a desafios.

Entre as várias histórias de sucesso, o relatório aponta Moçambique, elogiando a forma como foram implementados sistemas de alerta que agora levam à evacuação ordeira de centenas de milhar de pessoas em caso de inundações ou tempestades.