Nove milhões de latinos vão cair na pobreza em 2009
Relatório da Cepal destaca que, com crise econômica, número de pobres na América Latina e Caribe aumentará 1,1%; região precisa desenvolver plano de proteção social com urgência.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A crise econômica vai deixar neste ano mais nove milhões de pessoas na pobreza, de acordo com o relatório "Panorama Social da América Latina 2009", divulgado nesta quarta-feira pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe, Cepal.
A estimativa do órgão da ONU é que o número de pobres na região aumente 1,1% e o de indigentes, 0,8%, na comparação com 2008. Os indigentes são aqueles que vivem abaixo da linha da pobreza.
Proteção Social
Até o fim deste ano, serão 189 milhões vivendo na pobreza, o que representa 34,1% dos habitantes. Já o número de indigentes chegará a 76 milhões.
A secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, destaca que a América Latina e o Caribe precisam desenvolver com urgência um novo sistema de proteção social. Ela sugere a criação de um plano a longo-prazo, que beneficie o capital humano e as famílias mais vulneráveis.
O secretário-adjunto da Cepal, Antônio Prado, explicou à Rádio ONU, de Santiago do Chile, que o Brasil está numa situação melhor do que o México, por exemplo.
Recuperação
"A crise afeta a América Latina de forma diferente. Tem um efeito muito mais forte em países como o México, em países da América Central. E tem efeitos menores em países como o Brasil, como o Chile, como o Peru, que vem apresentando uma capacidade de recuperação e de superação. Lamentavelmente, o aumento de pobres na América Latina é uma interrupção de um processo que vinha ocorrendo há mais de seis anos; há seis anos que os indicadores de pobreza na América Latina estavam em queda", afirmou.
O secretário-adjunto da Cepal, Antônio Prado, lembra que a diminuição do turismo na América Latina e no Caribe e o envio menor de remessas dos imigrantes dessa região também contribuem para o aumento da pobreza.