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Ocha: situação permanece precária no Zimbabué

Ocha: situação permanece precária no Zimbabué

Órgão pede reforço de medidas para combater a cólera apesar de um declínio no número de casos no país; resposta ao apelo da ONU ficou aquém das expectativas.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, disse que até agora só recebeu 36% do apelo de US$718 milhões que lançou em Novembro último para responder às necessidades humanitárias no Zimbabué.

Num comunicado divulgado na sexta-feira, o órgão pediu também o reforço de medidas para combater o alastramento da cólera no país.

Água Potável

O Ocha nota um declínio nos casos da doença na maior parte das regiões. Diz, contudo, que novos casos foram notificados na capital, Harare e nas províncias de Manicaland e Masvingo.

A agência das Nações Unidas afirma que o problema de água potável e saneamento, que esteve na origem do surto, ainda não foi resolvido.

O comunidado indica também que o país produziu este ano cerca de 1,5 milhão de toneladas de cereais, o triplo da produção registada durante a última colheita.

Salários

Mas o aumento não será suficiente para responder às necessidades alimentares do país. O Ocha revela que o Zimbabué vai ter de importar mais de 600 mil toneladas de cereais.

A agência da ONU pede também às autoridades para resolverem as condições laborais dos professores, particularmente o pagamento dos seus salários. O comunicado refere que o segundo período do ano lectivo já começou, mas a situação escolar permanece precária.

O Zimbabué enfrenta uma grave crise alimentar, uma inflação galopante e surto de cólera que já matou mais de 4 mil pessoas.