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Unesco condena morte de jornalistas na Somália

Unesco condena morte de jornalistas na Somália

Órgão diz que o país do Corno de África é um dos piores lugares do mundo para a prática da profissão; quatro jornalistas foram mortos desde o início do ano.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O director-geral da Organização da ONU para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, Koïchiro Matsuura, condenou esta sexta-feira a morte de dois jornalistas somalis.

Abdirisak Warsameh Mohamed foi morto numa rua de Mogadíscio a 22 de Maio e Nur Muse Hussein sucumbiu esta semana a ferimentos sofridos em Abril quando foi alvejado a tiro na localidade de Beledweyne.

Coragem

Matsuura disse que a Somália é um dos priores lugares do mundo para a prática do jornalismo. Ele destacou a coragem dos dois profissionais somalis que arriscaram as suas vidas em nome da liberdade de imprensa.

O repórter veterano, Muse Hussein, de 56 anos, estava a cobrir confrontos entre autoridades provinciais e o movimento islâmico Hisbul para uma rádio local. Ele foi atacado juntamente com três outros colegas apesar de estar devidamente identificado como jornalista.

Warsamedh Mohamed da Rádio Shabelle foi morto a tiro no dia 22 em Mogadíscio num bairro controlado por uma milícia islâmica. A nota da Unesco diz ser impossível saber se ele foi atacado por ser jornalista ou se foi mais uma vítima dos combates na área.

Mandato

Segundo o Sindicato de Jornalistas da Somália, quatro profissionais da comunicação social foram mortos no país desde Janeiro. Além disso, dois jornalistas estrangeiros, Nigel Brennan da Austrália e Amanda Lindhout do Canadá, continuam presos desde o seu sequestro em Agosto do ano passado.

A Unesco é a única agência da ONU com um mandato para defender a liberdade de expressão e de imprensa no mundo.