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Filme brasileiro sobre escravatura é exibido na ONU BR

Filme brasileiro sobre escravatura é exibido na ONU

Documentário Atlântico Negro, na Rota dos Orixás, do diretor Renato Barbieri, foi rodado em Benin, Maranhão e Bahia; exibição nesta terça antecede comemorações do Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A ONU exibe, nesta terça-feira, o documentário brasileiro "Atlântico Negro, na Rota dos Orixás" do cineasta paulista Renato Barbieri.

O filme, de 1998, fala sobre a busca das origens africanas na cultura brasileira, através de uma viagem a Benin, no oeste da África, e de onde saíram muitos escravos para o Brasil.

Afetividade

O documentário foi rodado também no Maranhão e na Bahia.

A exibição na sede das Nações Unidas, em Nova York, está sendo realizada à véspera das comemorações do Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos, marcado neste 25 de março.

O diretor do documentário, Renato Barbieri, falou à Rádio ONU, sobre a ligação do Brasil com a África durante o período histórico.

Curiosidade

"Esse filme conseguiu expressar uma afetividade num contexto histórico bastante denso. As inúmeras afinidades entre povos brasileiros e africanos. Eu tive retornos incríveis. Uma pessoa falou uma coisa forte para mim. Obrigado por me revelar minha alma", contou.

Barbieri disse que a influência africana também deixou o Brasil diferente.

"Todos os povos africanos foram para lá e existe um pan-africanismo espontâneo. Isso é rico e é a contribuição que o Brasil tem a dar: ver o diferente com curiosidade e admiração e integrá-lo a sua família. Por outro lado, o Brasil já está vivendo um momento de inflexão, de uma necessidade de recuperar estes valores antigos não para se ‘guetizar' mas para saber de onde vem também", afirmou.

A exibição do Atlântico Negro, na Rota dos Orixás está sendo acompanhada de uma sessão de perguntas e respostas com o diretor Renato Barbieri.