Brasil vai doar antiretrovirais a países lusófonos

A decisão foi tomada em Fortaleza, no Brasil, no final de uma reunião da rede Laços Sul-Sul; várias agências da ONU estão associadas à rede.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Brasil comprometeu-se a doar medicamentos antiretrovirais a Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor Leste, disse à Rádio ONU, o coordenador residente do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV-Sida, Onusida, Pedro Chequer.

A decisão foi tomada este domingo no final de uma reunião dos Estados da rede Laços Sul-Sul, em Fortaleza, no Ceará. Além daqueles países de língua portuguesa, fazem parte da rede o Brasil, Bolívia, Paraguai e Nicarágua.

Três agências da ONU, o Onusida, o Fundo para a Infância, Unicef, e o Fundo da População, Fnuap, tem o estatuto de observadores junto à rede. A Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura, Unesco, aderiu ao órgão durante o encontro de Fortaleza.

Agenda

Pedro Chequer disse à Rádio ONU, de Brasília, que após a decisão do Brasil de reforçar a oferta de medicamentos aos países de língua portuguesa, a prevenção era agora o ponto mais importante na agenda da luta contra o HIV.

"A decisão foi fortalecer a perspectiva de acesso aos retrovirais. O Brasil se comprometeu a oferecer 100% das necessidades daqueles países em termos de medicamentos e agora nós avançamos para uma agenda que na prática já acontece mas que do ponto de vista do ritual ainda não tinha acontecido que é fortalecer também a agenda de prevenção e promoção à saúde", afirmou.

Cooperação

Pedro Chequer disse também que a reunião de Fortaleza tinha servido para reforçar a cooperação entre os países participantes na área da saúde.

"Tivemos a oportunidade de acertar uma agenda de comum acordo com os países no sentido de estabelecer e fortalecer os laços entre os países de língua portuguesa de modo a permitir um processo de cooperação mais forte e também coordenar as diversas iniciativas que estão em curso", explicou.

A rede Laços Sul-Sul foi criada em 2004, por inciativa do governo brasileiro, através do Programa Nacional DST-Sida, e tem como objectivo contribuir para o fortalecimento das políticas de apoio ao acesso universal a tratamento antiretroviral