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FAO quer combate à fome no topo das agendas dos governos da Cplp

FAO quer combate à fome no topo das agendas dos governos da Cplp

Cimeira da Cplp, em Maputo destaca desafios da segurança alimentar e nutricional na comunidade; 13 em cada 100 habitantes da comunidade sofrem de desnutrição crónica.

[caption id="attachment_216686" align="alignleft" width="350" caption="José Graziano da Silva"]

Manuel Matola, da Rádio ONU em Maputo.

O diretor-geral da  Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, pediu um maior compromisso dos líderes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, na luta contra a fome.

José Graziano da Silva exortou aos dirigentes do bloco para colocarem a fome no topo das agendas de governação, quando discursava, esta sexta-feira, na 9ª. Conferência de chefes de Estado e de governo da Cplp. A reunião decorreu na capital moçambicana, Maputo.

Cplp

“A luta contra a fome também precisa de maior compromisso dos países da própria região. Se a fome estiver no topo das agendas dos governos e se isso se traduzir em ações e compromissos concretos temos todas as condições de erradicá-la durante a nossa geração”.

O responsável pela FAO garantiu aos países lusófonos que a agência da ONU dará total apoio ao Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, o novo órgão da Cplp criado na cimeira de Maputo. P objetivo é coordenar as ações de combate à fome no bloco.

“Acredito que podemos alcançar esse desafio, mas somente se trabalharmos juntos. Erradicar a fome não é uma tarefa para uma organização ou um governo. É uma tarefa de toda uma sociedade”.

Por seu turno, o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, considerou a segurança alimentar uma das principais apostas da presidência moçambicana na organização dos oito países lusófonos nos próximos dois anos.

“Acabar com a desnutrição crónica, a fome e a pobreza é um compromisso nobre que devemos honrar, sobretudo, devemos prosseguir nesta caminhada com a nossa vista lançada para além do horizonte definido pelos Objetivos de Desenvolvimento de Milénio”.

Dados do secretariado da Cplp indicam que na comunidade, de 230 milhões de habitantes, treze em cada 100 pessoas sofrem de desnutrição crónica, que afeta sobretudo às crianças menores de cinco anos.