Perspectiva Global Reportagens Humanas

Crises globais afectam duramente mulheres africanas

Crises globais afectam duramente mulheres africanas

Vice-presidente da Gâmbia disse que a redução de remessas, das receitas do turismo e de investimentos estrangeiros directos eram exemplos de como a crise financeira estava a afectar as mulheres no continente.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

As mulheres africanas tem sido duramente atingidas pelas várias crises globais na área financeira, alimentar e de mudanças climáticas, disse a vice-presidente da Gâmbia, Isatou Njie Said, numa conferência de imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque.

A estadista da Gâmbia, que participa numa conferência internacional sobre igualdade de género, afirmou que essas crises iriam afectar todos os progressos sociais alcançados em África nos últimos anos.

Remessas

Njie Said revelou que a redução das remessas dos imigrantes, das receitas de turismo e de investimentos estrangeiros directos eram exemplos claros de como a crise financeira estava a afectar as mulheres do continente.

Ela afirmou que as mulheres eram mais atingidas pela crise do que os homens devido às desigualdades de género ainda prevalecentes em África.

A vice-presidente da Gâmbia disse aos jornalistas que as mulheres tinham sido mais afectadas do que os homens pela recente subida dos preços dos alimentos, porque a maior parte dos pequenos agricultores em África eram mulheres.

Emissões

Njie Said afirmou que na área de mudanças climáticas, o continente africano estava a pagar por algo que não fez. Ela disse que a taxa de emissões em África constituia apenas 2% dos gases emitidos no mundo, mas que todos pagavam o mesmo preço.

Mais de 15 ministros africanos estão a participar na Comissão sobre o Estatuto das Mulheres, que teve início na segunda-feria. A sessão, que durará duas semanas, está a debater progressos no respeito dos direitos das mulheres no mundo.